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Evocação do centenário da morte de Guerra Junqueiro

Guerra Junqueiro

No ano em que se assinala o centenário da morte de Guerra Junqueiro, o Município do Porto encabeça a liderança de um vasto programa de homenagem, em resposta ao desafio lançado pela Fundação Maria Isabel Guerra Junqueiro e Luís Pinto de Mesquita Carvalho.


Congregando quatro cidades de importância para o Poeta, Freixo de Espada à Cinta – a sua vila natal –, o Porto, Lisboa e Viana do Castelo – locais onde viveu e desenvolveu as variadíssimas vertentes dos seus trabalhos – este projeto foi criado a partir e absorvendo a comissão executiva iniciada pela Fundação Maria Isabel Guerra Junqueiro e Luís Pinto de Mesquita Carvalho, na pessoa do seu administrador Manuel Cavaleiro de Ferreira.


Guerra Junqueiro foi poeta, político, deputado, diplomata, jornalista, escritor, filósofo, colecionador e agricultor e pertenceu ao fértil meio literário intelectual do final do séc. XIX, junto de nomes como Antero de Quental, Ramalho Ortigão, Eça de Queirós e Oliveira Martins integrando o movimento desta célebre Geração 70. Considerado por muitos contemporâneos como o "Victor Hugo" português, esteve fortemente ligado a causas patrióticas e contribuiu para o clima revolucionário que levou à implantação da República Portuguesa.. 

Foi um observador e crítico mordaz da realidade portuguesa da época, e um homem que também se encantava com a agricultura e a natureza, proprietário de uma quinta no Douro Superior, Freixo de Espada à Cinta (ainda hoje com produção vinícola), mecenas e colecionador de arte notável, detentor de uma vasta biblioteca pessoal que se mantém preservada na Fundação que a filha criou e sediou no Porto.


Um arco de um ano de programação assinala o dia da morte –, 7 julho de 2023 até 2024 com diversas iniciativas, nomeadamente exposições, palestras, reedições e novas publicações e atividades educativas que resgatam a memória e a obra daquele que, dado o relevo que teve na sua época e por vontade popular, se encontra sepultado com Honras Nacionais.


Dando a conhecer todas as suas facetas, o programa Guerra Junqueiro 1923-2023 redescobre um dos maiores poetas do seu tempo e estimula conhecimento da literatura portuguesa no dealbar do século XX.


Não sabemos o que foi mais marcante e decisivo: se a influência do Porto sobre a prolixa atividade literária, político-ideológica, cívica e jornalística de Guerra Junqueiro, se a influência deste poeta da Geração de 70 sobre a vida cultural, política, intelectual e artística da cidade no dealbar do século XX.


Por um lado, o Porto era uma cidade efervescente quer enquanto centro de combate político, quer enquanto centro de criação literária, reflexão e produção intelectual, dinamização cultural e atividade jornalística. Guerra Junqueiro encontrou no Porto um ambiente intelectualmente vibrante e teve a oportunidade de conviver e trabalhar com outros escritores, artistas, pensadores e políticos da época. Além disso, a cidade estava na vanguarda do republicanismo português, movimento político que o autor de “A Morte de D. João” abraçou com fervor e de que se tornou um dos principais ideólogos.

 

Por outro lado, Guerra Junqueiro foi uma das principais figuras da vida cultural, intelectual e política da cidade no início do século XX, contribuindo substantivamente para que o Porto se afirmasse como catalisador de novas ideias, manifestos, movimentos e expressões artísticas. No Porto, o poeta produziu e publicou algumas das suas mais importantes obras literárias, tendo igualmente protagonizado uma intensa atividade política em defesa das ideias ético-filosóficas que desenvolveu e legou ao país.

Conclui-se, pois, que houve uma influência recíproca entre o Porto e Guerra Junqueiro. O poeta tinha, de facto, uma relação especial com a cidade, a qual, por seu turno, proporcionou a Guerra Junqueiro um ambiente intelectualmente propício à sua criatividade literária, ao seu panfletarismo ideológico e à sua combatividade política.


Essa influência recíproca pode hoje ser conhecida graças ao excelente trabalho de conservação patrimonial, divulgação cultural e evocação memorialista da Casa-Museu Guerra Junqueiro, que está sob tutela do Município do Porto. E, no âmbito das comemorações do centenário da morte do poeta, a relação especial de Guerra Junqueiro com a cidade do Porto não deixará de ser celebrada e valorizada enquanto elemento essencial da mundividência daquele que foi um dos mais estimulantes intelectuais portugueses.


Rui Moreira

Presidente da Câmara Municipal do Porto




Ai, há quantos anos que eu parti chorando deste meu saudoso, carinhoso lar!... Foi há vinte?... Foi há trinta?... Nem eu já sei quando!... Minha velha ama, que me estás fitando, canta-me cantigas para eu me lembrar!

Guerra Junqueiro, in Os Simples (1892)

Freixo de Espada à Cinta, cantinho “à beira rio plantado”, mantém viva a memória e homenageia Guerra Junqueiro, nome maior da literatura portuguesa, de espirito livre e indomável, que sempre ergueu a sua voz para falar e defender aqueles que não a tinham.

Homem transmontano por nascimento e cidadão do mundo por natureza, cujo percurso de vida contrasta e se complementa com a essência da sua terra natal, onde as paisagens são marcadas por escarpas onde a natureza permanece no seu estado mais puro e encostas trabalhadas onde sobressai a vinha, o olival, o pomar e o amendoal.


Abílio Manuel Guerra Junqueiro usou todo o seu talento literário para contar a história e as estórias da sua terra natal, aquele pedaço de magia banhado pelas águas serenas do Douro e pela fauna e flora peculiar. O seu poema “Os Simples” é um inequívoco hino de louvor à terra que o viu nascer e crescer, representando a sua infância que recorda com saudosismo, através de emoções consoladoras e ternurentas em contraste com a paisagem natural, social e, até, metafisica que marcava a vida na época em que viveu.


Considerado como um dos mais esperançosos poetas portugueses da sua geração, Guerra Junqueiro nunca esqueceu as suas raízes e o facto de ter nascido numa família abastada, o que lhe permitiu abrir portas nos melhores núcleos da sociedade portuguesa da segunda metade do séc. XIX. Guerra Junqueiro usou dessas “armas” adquiridas através do ensino e da formação, e da sua genialidade lírica, satírica, positivista e evolucionista para ajudar a criar o ambiente revolucionário perfeito que permitiu a Implantação da República, um novo modelo de sociedade onde todos, independentemente do seu berço de nascimento e condição social e económica poderiam almejar ser mais e melhor.


No ano em que se assinala o centenário do seu falecimento, a Município de Freixo de Espada à Cinta não poderia deixar de evocar Guerra Junqueiro, critico das injustiças sociais e defensor aguerrido da cultura e da literatura, que dá nome ao Prémio Literário Guerra Junqueiro Lusofonia, criado em sua homenagem, que celebra a união lusófona entre os “irmãos” da Comunidade de Países de Língua Portuguesa.


Nuno Ferreira

Presidente de Câmara

de Freixo de Espada à Cinta


Organização
Câmara Municipal do Porto


Presidente da Câmara
Rui Moreira


Diretora Municipal de Cultura e Património
Cristina Guimarães


Diretora do Departamento Municipal de Comunicação e Promoção
Isabel Moreira da Silva


Direção Geral
Manuel Cavaleiro de Ferreira


Design
Atelier João Borges


*Este programa envolve a colaboração dos trabalhadores nas suas diferentes áreas de especialidade das equipas da Direção Municipal de Cultura e Património do Porto e do Museu e Bibliotecas do Porto.

Direção Municipal de Cultura e Património do Porto

Praça de Carlos Alberto, 71 4050-157 Porto

T. +351 223 393 480

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